A festa Jump Around estreou-se em Guimarães mas quer percorrer o país de norte a sul [Entrevista]

A festa Jump Around estreou-se em Guimarães mas quer percorrer o país de norte a sul [Entrevista]

O projeto Jump Around estreou-se ontem, em exclusivo, na Receção ao Caloiro’19. Uma festa de hip hop português que pretende juntar em palco as várias vertentes desta cultura. Estivemos à conversa com Mariana Faria Costa, uma das responsáveis pela criação deste espetáculo único em Portugal. Sabe tudo na entrevista.

Em que consiste o projeto Jump Around e como é que surgiu ?

Hoje em dia quase toda a gente acha que hip hop é só Rap, mas o hip hop é uma forma de vida, que assenta em várias vertentes. O hip hop começou com os DJs, mas também é graffiti, é B.Boys, é MC’s. Desafiaram-nos para fazer algo que tivesse a ver com o mundo do hip hop. E então surgiu esta ideia por isso mesmo, para desmistificar que o hip hop não é só Rap. Porque o hip hop é uma forma de estar, que envolve as diferentes artes e era isso que queríamos representar. E ter pela primeira vez num evento as quatro vertentes, cada uma com a mesma importância. O Graffiter que nós temos é um Writter que tem três recordes do Guiness, por exemplo. O DJ é bi-campeão mundial. O Mundo Segundo e o Sam the Kid acho que dispensam apresentações. O Kappa Jota representa aqui a nova escola do Rap. E os B.Boys porque tudo isto está ligado à cultura hip hop 

Que características é que tornam este espetáculo em algo único e que nunca foi feito em Portugal ?

É isso mesmo. É nós termos num espetáculo as quatro vertentes do hip hop em cima do palco. Por exemplo, nós não podíamos ter o Graffiter mesmo em cima do palco porque ele precisa de algum espaço e porque as tintas têm um cheiro muito intenso, mas resolvemos isso com a Live Cam. Aquilo que realmente nunca se fez aqui foi juntar o Grafitti, o B.Boy, os MC’s e o DJ. 

A música e a arte de rua. Como é interligar estes dois aspetos num espetáculo ao vivo? Acredita que isto é algo que pode funcionar e até impulsionar outros artistas e projetos a fazer o mesmo ?

Sim, sem dúvida. Porque o Grafitti, como já disse, é uma das vertentes do hip hop, é obrigatório ser representada. Isto tem um bocadinho aquele fundo didático de que o hip hop não é só Rap e que o hip hop tem uma história e que as quatro áreas estão, inevitavelmente, ligadas. 

O hip hop é um estilo muito admirado pelos jovens portugueses. Que mensagem é que este projeto quer passar ao público ? 

O hip hop é um dos estilos de música mais ouvidos neste momento em Portugal e é, há bastante tempo, um dos estilos mais ouvidos no mundo. Há vários Rappers e todos eles têm uma mensagem diferente. No nosso caso queremos alertar ao hip hop consciente e ao Rap que deixe efetivamente uma mensagem positiva e de evolução e de força para o futuro. 

Acha que fazer esta estreia num evento académico pode fazer com que este projeto possa ter uma continuidade ?

Calhou fazermos a estreia na Universidade do Minho e Guimarães. Mas nós, automaticamente, achámos que era uma ótima ideia. Porque estamos no berço de Portugal e, por isso, era muito especial começá-lo aqui. Portanto, é com muito gosto que começamos isto na Universidade do Minho. 

Depois desta estreia na Receção ao Caloiro’19 o que podemos esperar deste projeto no futuro?  

Acho que podemos esperar que hajam vários espetáculos da Jump Around de norte a sul de Portugal. É esse o objetivo!

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