Apresentado Estudo sobre o Alojamento da Comunidade Discente da Universidade do Minho

Apresentado Estudo sobre o Alojamento da Comunidade Discente da Universidade do Minho

Decorreu, ontem a apresentação do estudo promovido pela Associação Académica da Universidade do Minho sobre o Alojamento da Comunidade Discente da Universidade do Minho, que já se encontra disponível no site da AAUM, na área destinada aos documentos.

Numa sessão pública que contou com a presença do Magnífico Reitor da Universidade do Minho, bem como da Sra. Provedora do Estudante e do Sr. Administrador dos SASUM, a aluna Maria João Barbosa, orientada pelo Professor Doutor Joaquim Silva, docente da Escola de Economia e Gestão da UMinho, apresentou os principais resultados e conclusões do estudo proposto pela Associação Académica da Universidade do Minho.

Entre os principais destaques da apresentação, foram elencadas algumas estatísticas que merecem a atenção do público:

  • Mais de 50% dos estudantes inquiridos nunca receberam qualquer recibo de renda, apesar da lei prever a sua obrigatoriedade;
  • A grande maioria dos inquiridos prefere a modalidade de arrendamento com serviços de água, luz, gás e internet já incluídos e o imóvel mobilado;
  • O período de maior procura entre os estudantes universitários centra-se entre os meses de junho a setembro, com destaque, ainda, para o mês de janeiro, no que concerne aos alunos de mobilidade;
  • O atributo mais influente na escolha de alojamento por parte dos estudantes é, claramente, o preço da habitação. Este fator é também, destacadamente, o fator mais importante para a escolha de habitação nas residências universitárias;
  • O principal preconceito que subsiste em relação às agências imobiliárias é o facto de se considerar que estas empresas vão cobrar aos alunos (no caso, inquilinos) uma comissão pelo serviço de arrendamento, o que não se verifica na realidade;
  • O estudo mostra, ainda, que as residências universitárias são a primeira opção de alojamento nas preferências dos estudantes minhotos, embora existam apenas 1.399 camas disponíveis, suficientes para alojar apenas 10% dos alunos, numa Academia onde 74% dos estudantes são deslocados, tal como indicam os próprios dados dos SASUM;

Com base em alguns dos dados descritos acima, o Presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, elencou algumas posições e recomendações que a Direção da AAUM considerou relevantes para a resolução de um problema ao qual deve ser dada uma resposta efetiva e imediata, sob pena de condicionar a própria vida dos estudantes na Academia Minhota e a escolha dos mesmos para estudar na Universidade do Minho:

  • Sendo certo que as residências universitárias não têm capacidade para alojar todos os estudantes deslocados bolseiros e que, na falta de alojamento no próprio setor privado, especialmente a um custo justo face ao valor definido para o complemento de alojamento (cerca de 75€ mensais), é absolutamente necessário promover o debate em torno da construção de novas residências universitárias, com vista a obtenção de financiamento para a sua construção;
  • A oferta de alojamento para universitários está claramente desajustada da procura. Há um défice, ainda não calculado, de camas para estudantes universitários. Este dado é facilmente corroborável pelas longas listas de espera nas Residências Universitárias e nas inúmeras imobiliárias, bem como, pelos constantes e desesperados contactos dos estudantes universitários à AAUM;
  • Face à falta de condições do alojamento disponível, bem como, um dos dados que este estudo aponta, de que mais de 50% dos estudantes inquiridos nunca recebeu qualquer recibo de renda – obrigatório por lei – é urgente que o Estado e os executivos camarários possam trabalhar a passos largos no sentido da certificação do alojamento para estudantes e de um maior controlo fiscal dos arrendatários. Do lado das imobiliárias, é importante desmistificar as várias percepções erradas por parte dos estudantes e simplificar o processo conducente ao arrendamento, muitas vezes sobrecarregado de burocracias relacionadas com o fiador e os estudantes que partilham casa;
  • A redução da oferta do alojamento provoca um aumento generalizado dos preços do alojamento, conforme prova o estudo, numa escalada que não é comparável ao aumento da inflação, ou qualquer outro índice que possa ser utilizado para avaliar a evolução da economia e do poder de compra;
  • Os municípios devem, rapidamente, ser capazes de introduzir mecanismos financeiros de reordenamento do seu território, de forma a, em primeiro lugar, promover a construção e reabilitação certificada de imóveis, em locais de interesse da comunidade estudantil, nas imediações dos campi da Universidade do Minho, e, em segundo lugar, na impossibilidade de sucesso da primeira opção, promover a reabilitação de zonas mais distantes e menos habitadas da cidade, comprometendo-se com as necessárias condições de mobilidade. A AAUM sugere como um mecanismo interessante, a criação de um passe de transportes urbanos gratuito para os estudantes que escolheram habitar em locais certificados e preferenciais para o ordenamento do território municipal;

O Presidente da AAUM, referiu, ainda, que “a Associação Académica da Universidade do Minho tem vindo a deixar as suas reivindicações e preocupações em torno da problemática do Alojamento Estudantil, ao longo do presente ano, antecipando muitos dos cenários que agora se verificam, no início de mais um ano letivo”, acrescentando que “apesar do pronto empenho de todos os envolvidos”, em especial a atenção dada pelos órgãos de governo e gestão da UMinho, bem como dos executivos municipais, “a AAUM acredita que a cooperação interinstitucional, associada aos dados agora revelados, são fatores chave para a resolução de um problema que tenderá a agravar-se, caso não sejam tomadas medidas imediatas na suavização do mesmo ao longo do presente ano letivo, garantindo que o custo e disponibilidade da habitação voltam a ser fatores preferenciais no momento de escolha do curso e instituição de ensino superior”.

A Direção da Associação Académica da Universidade do Minho agradece toda a dedicação da aluna Maria João Barbosa e do seu orientador, o Professor Doutor Joaquim Silva, bem como, o compromisso demonstrado pelos mais de 400 participantes neste estudo.

A AAUM continuará comprometida com a defesa dos legítimos direitos e interesses dos estudantes da Academia Minhota e promete não abrandar no trabalho de reivindicação e construção de soluções em prol das melhores condições no setor do alojamento universitário.

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