Enterro da Gata’17 | Entrevista a Capitão Fausto

Enterro da Gata'17 | Entrevista a Capitão Fausto

Depois de uma tour pelos teatros do país, a banda marcou presença no Enterro da Gata, prometendo não ter os dias contados.

Estão nomeados para o Globo de Ouro de Melhor Grupo. Alguma vez consideraram que estaria ao vosso alcance?
De todo. E este ano também ganhamos um prémio da Sociedade Portuguesa de Autores e não estávamos nada à espera de sermos nomeados para um Globo de Ouro. Entretanto, já estamos a preparar os nossos melhores fatos para levar, estou pronto para a festa. E, sinceramente, a coisa dos prémios, acho que é ótimo o reconhecimento, mas uma banda não vive de prémios. Nós nunca fomos propriamente uma banda pavão. Do lado crítico da música, é ótimo saber que as pessoas gostam, mas nunca fomos muito de mostrar os feitos.

No Enterro da Gata, vão lidar com uma plateia um bocado diferente. Tentam adaptar o vosso concerto ao tipo de público?
Nós gostaríamos de ter adaptado um bocado mais, mas o Salvador partiu o polegar há três semanas e tivemos de chamar um segundo baterista e, naturalmente, não conseguimos aprender todas as músicas que queríamos. Não podíamos estar a aventurar-nos muito, por uma razão prática. O Vasco, em cinco ou seis dias, teve de aprender catorze músicas e não é nada fácil. Nós vivemos todos no covil e temos umas manias a tocar e ele adaptou-se muito bem. Não pudemos adicionar mais algumas músicas, que eu gostava de ter adicionado, que são mais propícias para o espírito académico, mas não deu. Não por desleixo, mas porque iria ser muito complicado.

O vosso último álbum é mais acessível para o público em geral. O vosso próximo projeto vai manter esta linha?
É tentar coisas novas porque as músicas nunca foram pensadas pelo alcance que podiam ter. No fim (de fazer o álbum), sentimos isso, que podia ser mais acessível. Até porque, em primeiro lugar, era mais curto e sentimos que o terceiro disco era mais de canções e tem-nos andado a apetecer fazer canções. Por isso, acho que vão ser sempre diferentes e, aliás, já começamos a fazer algumas coisas novas e elas já descolam um bocado.

Não querem improvisar outra razão para se chamarem “Capitão Fausto”?
Não quero inventar outra, posso dizer uma parte que é verdade. Estávamos a estudar para os exames nacionais de matemática, todos numa casa, e havia um livro na casa para onde nós fomos, que era dos familiares do “Manel”. Nós queimávamos sempre o café, éramos péssimos, mesmo verdinhos ainda. E havia lá um livro, não sei se era Capitão Paulo ou Capitão Bruno, e nós achamos graça a esse nome. Depois, algures, chamou-se Capitão Fausto.

Relacionados